22 de maio de 2010

luc ferry & a singularidade humana

Após assitir a palestra de Luc Ferry na última quinta - foi excelente, apesar de muito curta, na minha opinião -fui reler trechos de livros dele e encontrei essa reflexão que ele faz sobre a experiência humana e sua singularidade, é tão profunda, instigante e bonita...acho que vale bastante a pena refletir!

...se a experiência humana tem algum sentido é precisamente aquele que consiste na chance que nos é oferecida de podermos nos apartar ao longo de toda a vida de nossa condição primeira, particular, que é a do nosso nascimento.
... nasci francês, mas posso ...viajar, nas terras e mares, posso aprender outras línguas, descobrir outras culturas,...é dado a mim o poder de alargar o horizonte...o afastamento do particular e a abertuta para o universal formam uma experiência singular, esse processo singulariza nossa própria vida e nos dá acesso à singularidade dos outros, ele ao mesmo tempo nos oferece os meios para alargar o pensamento, para pô-lo em contato com momentos únicos, momentos de graça, insubstituíveis por serem mesmo singulares...
Para que serve envelhecer? Para isso e talvez para nada mais. Para alargar a visão, amar o singular e viver -ás vezes- a abolição do tempo que sua presença nos dá.

O poema de Vitor Hugo "Booz adormecido" ilustra bem isso tudo, segundo o próprio Ferry:
...Les femmes regardaient Booz plus qu'un jeune homme
Car le jeune homme est beau, mais le vieillard est grand...
Le vieillard qui remonte vers la source première
Entre aux jours éternels et sort des jours changeants
Et l'on voit de la flamme aux yeux des jeunes gens
Mais dans l'oeil du vieillard on voit de la lumière...
**
...As mulheres olhavam mais para Booz do que para um jovem
Pois o jovem é belo, mas o velho é grande...
O velho volta para a fonte primeira
Entra nos dias eternos e sai dos dias cambiantes
Vê-se chama nos olhos dos jovens
Mas no olho do velho, vê-se luz...
-Trechos retirados do Livro VENCER OS MEDOS de LUC FERRY-

8 comentários:

Susana disse...

Oi Cláudia, Oi Chloe!
Muito legal este trecho do Luc, do livro, né!
Exprime essa necessidade de estarmos receptivos ao novo, ao inusitado, ao diferente. Isto nos tira da posição de meros observadores e nos empurra pra vida, sem medo dela.
Adorei a foto do chipanzé e a Chloe está linda nas fotos do UNIVERSICÃO.
Ah, diz pra ela que ela não precisa fazer esteira...ela está elegantérrima!!!
Lambidinhas no nariz das duas.

Marise Heleine disse...

Como estou em busca de minhas raízes, este texto está me fazendo refletir. De qualquer forma, veio de encontro ao que penso e acredito Gostei muito. Obrigada, por estes momentos de reflexões.
Abraços, Marise

Marise Heleine disse...

Oi, corrigindo, ou não, (parece coisa do Caetano): momentos de reflexão ou de reflexões? Fiquei confusa agora.

Anônimo disse...

Ameega,
Alargar o pensamento... Por isso amo tanto o MAR. Ele me oferece exatamente a certeza de há lugar para alargar a VIDA.
Valeu!!! ....Cats

Leila Silva disse...

Que pena, eu não pude assistir, trabalho à noite.

Abraço

Cláudia disse...

Oi Serena, obrigada pelas gentilezas, Chloé também agradece os elogios...

Olha Marise....acho que as duas formas cabem bem aqui, o mais importante vc já está fazendo que é pensar no assunto...
abraços,
obrigada pelo comentário!
BOA SEMANA!

Ameega, e vc sempre fala disso e eu - como uma boa curitibana- não entendo bem!! Cada um com suas referências, mas o importante é querer e saber como alargar o pensamento...e isso vc sabe bem!beijos

Leila, que pena, acho que vc teria curtido!abraços!

Berna disse...

Alguém já disse...Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos. bjuus.

Adriana ♣* disse...

é... alargar o horizonte é sempre uma ótima ideia!
e que bom poder enxergar a luz do outro e não apenas a "beleza" externa...
Bjsssssss